Intervenção Sistémica com Crianças, Jovens e

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Intervenção Sistémica com Crianças, Jovens e Famílias

“Os que se encantam com a prática sem a ciência são como os timoneiros que entram no navio sem timão nem bússola, nunca tendo certeza do seu destino.” - Leonardo da Vinci

Porque é tão importante ter supervisão quando se trabalha com famílias e, muito especialmente, com crianças e jovens vítimas de maus tratos? 

 

A intervenção junto de crianças e jovens em risco e perigo e suas famílias, desenvolve-se em contextos de enorme complexidade, devido à natureza multicausal e multidimensional do problema, muitas vezes inscrito num ciclo de transgeracionalidade, que afeta gerações de crianças e jovens. Trata-se de um problema de natureza complexa, para o qual a resposta só pode ser de matriz sistémica - em parceria e em rede - e cujos impactos, pessoais e comunitários, ganharam novos contornos,  depois da experiência da pandemia, dos confinamentos e, mais recentemente, da guerra que testemunhamos aqui tão próxima.

 

No momento que atravessamos, a resiliência nunca foi tão importante nas relações, multiplicando-se os desafios interpessoais dentro e fora da família. A qualidade de vida, as desigualdades sociais, os direitos das crianças, o tempo de interação presencial, a multiculturalidade, as questões de género, o divórcio, as novas configurações familiares e relações de vinculação, as dependências online, as alterações climáticas e a sustentabilidade, o papel da família alargada e a escola que procura reinventar-se, são alguns dos maiores desafios com que se deparam atualmente as famílias intervencionadas e todos os profissionais que integram o sistema de promoção e proteção de crianças e jovens: psicólogos, assistentes sociais, professores, educadores, juristas, médicos e enfermeiros.

 

Todo este contexto de vulnerabilidade humana que vivemos, trouxe desafios acrescidos, desencadeando novas inseguranças e medos, cujos efeitos a médio e longo prazo desconhecemos, nomeadamente ao nível da saúde mental, e que reforçam, ainda mais, a necessidade de supervisão reflexiva, enquanto modelo de uma ética que serve verdadeiramente as pessoas com quem trabalhamos.

 

Por se tratarem de cenários de atuação de relevante responsabilidade e exigência humana, técnica e científica, cujos resultados podem ter um enorme impacto na vida e dignidade humana das crianças, jovens e famílias, as entidades com competência em matéria de infância e juventude (ECMIJ), as CPCJ e as equipas de assessoria aos Tribunais, necessitam de espaços estruturados de reflexão, com um ambiente de aprendizagem protegido, de confidencialidade, que sirvam, nomeadamente, para: 

 

  1. Refletir sobre a sua prática e adquirirem novas competências e ferramentas de intervenção;
  2. Aprofundar e consolidar modelos teóricos consistentes, de inspiração sistémica e colaborativa;
  3. Favorecer a reflexão interpares, enquanto modelo de construção de rede e comunidade aprendente;
  4. Ampliar a consciência do profissional enquanto parte do sistema em que intervém, com impacto nos resultados;
  5. Beneficiar de um espaço promotor de autodesenvolvimento, de autoconsciência e de inteligência emocional;
  6. Usufruir de um espaço de suporte emocional, ajudando os supervisandos a lidar com as tensões e o stress relacionado com o seu trabalho.

 

Através dos modelos sistémicos e colaborativos, com metodologias ativas e abordando vários temas, este curso pretende oferecer aos profissionais a possibilidade de refletirem sobre a sua prática, com o objetivo final de promover a qualidade do serviço prestado.

Acreditamos que a supervisão reflexiva é uma necessidade premente para os profissionais, quer na perspetiva da sua formação profissional contínua, quer na preservação da sua própria saúde psicológica, prevenção do burnout e desenvolvimento pessoal. 

 

 

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Artigo da autoria de:
Joana Garcia da Fonseca

Licenciada em Psicologia Clínica pelo ISPA em 1998, é especialista em Psicologia Comunitária e da Justiça pela Ordem Portuguesa de Psicólogos. É também Terapeuta Familiar e de Intervenção Sistémica pela Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar. Tem experiência de cerca de 25 anos no trabalho de liderança de equipas e de intervenção com famílias, crianças e jovens, com abordagem sistémica, inspirada em modelos colaborativos. Ativista dos Direitos Humanos, tem desenvolvido trabalho na área da promoção dos direitos e proteção de crianças e jovens, em contextos de vulnerabilidade e diversidade cultural, a nível nacional e internacional. Iniciou a sua atividade profissional em contexto escolar em 1998, tendo concebido e coordenado o Projeto de Apoio Psicossocial, passando a integrar a Câmara Municipal da Amadora. Foi presidente da CPCJ da Amadora de fevereiro de 2012 a setembro de 2016, integrando posteriormente a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens. Integrou o Fórum para a Governação Integrada em 2013, com funções consultivas e de coordenação do grupo de trabalho de Crianças e Jovens em Risco e Perigo, no seio do qual foi co-autora do projeto nacional “Selo Protetor - Sistema Integrado de Gestão do Risco e Perigo. Em 2018 e até maio de 2021, exerceu o cargo de coordenadora da Equipa Técnica Regional de Lisboa, Santarém e Setúbal, com abrangência sobre as 54 CPCJ da área territorial. Foi formadora nacional sobre os temas da avaliação diagnóstica e intervenção, concebeu e ministrou o curso dirigido a presidentes e secretários das CPCJ, a nível nacional, sobre o tema “Liderança e Gestão de Equipas”. Tem participado em inúmeros encontros científicos, como moderadora e oradora. Encontra-se atualmente a colaborar com o Instituto de Desenvolvimento e Saúde – Belong e com a Fundação Nossa Senhora do Bom Sucesso, como psicoterapeuta e terapeuta familiar e integra a equipa da campanha nacional “Primeiros Anos, a nossa Prioridade”.

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