Perturbação do uso de álcool: Entender para ajudar

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o alcoolismo, formalmente conhecido como PUA, como um transtorno mental e comportamental, decorrente do uso repetido de álcool.

 

Identificação da perturbação

 

A PUA é identificada pela presença de pelo menos dois dos seguintes critérios dentro de um período de 12 meses:

 

1. Uso de álcool em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido.
2. Desejo persistente ou esforços infrutíferos para cortar ou controlar o uso de álcool.
3. Grande quantidade de tempo gasto em atividades necessárias para obter, usar ou recuperar-se dos efeitos do álcool.
4. Craving, ou um forte desejo ou urgência de usar álcool.
5. Uso recorrente de álcool, resultando em falha no cumprimento de obrigações importantes no trabalho, escola ou casa.
6. Uso continuado de álcool, apesar de ter problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados pelos efeitos do álcool.
7. Abandono ou redução de atividades sociais, profissionais ou de lazer devido ao uso de álcool.
8. Uso de álcool em situações em que é fisicamente perigoso.
9. Uso de álcool continuado, apesar da consciência de problemas físicos ou psicológicos persistentes ou recorrentes que são prováveis de terem sido causados ou exacerbados pelo álcool.
10. Tolerância, definida como a necessidade de quantidades crescentes de álcool para alcançar a intoxicação ou efeito desejado, ou um efeito notavelmente diminuído com o uso continuado da mesma quantidade de álcool.
11. Abstinência, manifestada por sintomas de retirada quando o consumo de álcool é reduzido ou cessado.

 

 

Impactos e consequências

 

Os impactos da PUA vão além do indivíduo, afetando famílias, amigos e a sociedade como um todo. No nível pessoal, as consequências podem ser devastadoras, incluindo problemas de saúde como cirrose hepática, certos tipos de câncer, doenças cardiovasculares e neuropsiquiátricas, como a síndrome de Wernicke-Korsakoff. A PUA também está associada a um risco aumentado de acidentes, violência e suicídio.

 

 

Formação e tratamento

 

O tratamento da PUA é multifacetado e deve ser personalizado para atender às necessidades do indivíduo. Geralmente inclui formação psicossocial, intervenções comportamentais e, em alguns casos, medicamentos. A formação psicossocial pode envolver terapias individuais ou em grupo, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e programas de apoio como os Alcoólicos Anônimos (AA).

 

 

Prevenção e conscientização

 

A prevenção da PUA começa com a educação e a conscientização sobre os riscos do consumo de álcool. Políticas públicas eficazes e campanhas de prevenção são cruciais para reduzir a prevalência deste transtorno. É importante também que haja uma desestigmatização da condição, promovendo um ambiente onde os indivíduos se sintam seguros para buscar ajuda e formação sem julgamento.

 

 

A perturbação do uso de álcool é uma condição complexa, mas com o suporte adequado e abordagens de tratamento comprovadas, indivíduos podem se recuperar e viver vidas saudáveis e produtivas. O caminho para a recuperação pode ser desafiador, mas a esperança reside na compreensão de que a formação adequada pode fazer toda a diferença na vida de quem enfrenta a PUA. Se você ou alguém que conhece está lutando contra o alcoolismo, é essencial procurar ajuda profissional para orientar o caminho para a recuperação.

 

 

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