Ficha Técnica
Objetivos Gerais
O Curso de Terapia Ocupacional nas Demências tem como objetivos gerais:
- Compreender as especificidades das pessoas com demência;
- Promover a qualidade dos processos em Terapia Ocupacional nas pessoas com demência.
Objetivos Específicos
Na Formação em Terapia Ocupacional nas Demências o aluno deve:
- Enumerar os tipos de demência e compreender as suas características;
- Caracterizar/aplicar diferentes instrumentos e metodologias de avaliação;
- Implementar diferentes tipos de intervenções dos terapeutas ocupacionais nas pessoas com demência;
- Reconhecer o impacto do ambiente no bem-estar das pessoas com demência;
- Identificar ferramentas para uma comunicação e interação adaptada;
- Definir estratégias de suporte aos familiares/cuidadores da pessoa com demência;
- Promover comunidades (cidades, ambiente) amigas das pessoas com demência;
- Definir boas práticas nos cuidados prestados em fim de vida.
Descrição da Formação
Ocasionalmente surgem situações peculiares como cumprimentar alguém cujo nome não se recorda, esquecer um produto de supermercado que estava em falta, deixar as chaves para trás, não escolher o caminho ideal para alcançar determinada localização ou não recordar um termo específico que vinha mesmo a calhar no discurso, gerando marcada frustração. Estes fatores afetam o funcionamento da pessoa sobretudo quando se tornam progressivamente mais frequentes e inusitados, devido a declínio das funções cognitivas. Neste caso podem surgir sintomas como a perda de memória, confusão, alterações da personalidade, apatia e isolamento e perda de capacidades para a execução das tarefas diárias. Um processo que pode ser desvalorizado e camuflado pelo próprio numa fase inicial, usando o humor ou culpabilizando outrem pelos seus próprios erros e negado, por medo e estigma social, pelas pessoas mais próximas, mas que acaba por se tornar clarividente e exigir restruturações na vida do próprio e de quem está mais próximo.
A demência (entre as múltiplas formas de demência existentes, a mais comum é a Doença de Alzheimer (60-70%), seguindo-se a Demência Vascular) tem como principal fator de risco a idade, embora seja importante frisar que o envelhecimento natural não implica este tipo de sintomatologia e que em algumas situações ocorrem em pessoas menos de 65 anos. Quanto aos números relativos à prevalência da demência tanto a título mundial (Organização Mundial da Saúde) como nacionais levam a crer que existirá um aumento progressivo das pessoas com demência nos próximos 30 anos podendo ser três vezes superior em 2050. O que gera e gerará grandes desafios nas respostas sociais e de saúde, exigindo a especialização das suas equipas, na perspetiva de prevenção e suporte destas pessoas e seus cuidadores informais.
Neste sentido, tendo em conta que esta síndrome afeta a funcionalidade, isto é, a capacidade da pessoa desempenhar com independência e autonomia as suas atividades significativas está no âmago da Terapia Ocupacional, cabendo aos seus profissionais desempenhar um papel ativo na melhoria do seu bem estar e da qualidade de vida. O que implica um processo de avaliação – elaboração do perfil ocupacional (experiências, interesses, papéis, valores...) e análise do desempenho ocupacional (ex..: observação, entrevista, métodos estandardizados) junto da pessoa com demência e elementos de referência na sua vida para compreender as suas capacidades e competências. O que permite ao terapeuta ocupacional definir um plano com vista à manutenção dessas mesmas competências (atividades terapêuticas em contexto individual e/ou grupal de movimento, estimulação cognitiva, reminiscências, estimulação sensorial, entre outras) e adaptar o ambiente físico e social (ex..: retirar/fixar tapetes, formar cuidadores), promovendo a segurança e maximizando o envolvimento em ocupações. Concomitantemente é relevante recorrer e ensinar ao cuidador estratégias de comunicação, de gestão de atividades quotidianas, assim como, de comportamentos desafiantes com vista à estabilidade emocional de ambas as partes. Destacando a necessidade de estabelecer uma rede de cuidados imediatos alargada que permita ao cuidador principal ter tempo para si mesmo e de, preferencialmente ambas as partes, planearem o futuro – refletirem sobre um período em que a doença não é apenas progressiva e incurável, mas também ela avançada e a elevada dependência de terceiros seja um facto (abordagem paliativa).
Esta formação é uma mais valia ao nível curricular para finalistas de Mestrado, Licenciatura, de Pós-Graduação, de Especialização e MBA no âmbito do prosseguimento de estudos e inserção no mercado de trabalho.
Saídas Profissionais
Após conclusão da Formação em Terapia Ocupacional nas Demências, o formando ficará habilitado a exercer a atividade profissional em estruturas residenciais para pessoas idosas, centros de dia, serviços de apoio domiciliário, clínicas, hospitais, unidades de saúde familiar, centros especializados em demências, rede nacional de cuidados continuados integrados. Esta formação é uma mais valia ao nível curricular para finalistas de Mestrado, de Licenciatura, de Pós-Graduação, de Especialização e MBA, no âmbito do prosseguimento de estudos e inserção de mercado de trabalho.
Certificado de Conclusão
Todos os formandos que atinjam os objetivos pedagógicos definidos para a conclusão com aproveitamento do curso de formação que frequentaram, obterão dois certificados de conclusão:
- O Certificado de Conclusão emitido pelo Instituto CRIAP. Este certificado é documento digital, sendo disponibilizado na Plataforma Moodle para download.
- O Certificado de Formação Profissional emitido através da Plataforma SIGO (Sistema de Informação e Gestão da Oferta Educativa e Formativa), em conformidade com a Portaria nº 474/2010, de 8 de julho. Este certificado é emitido em formato digital, sendo disponibilizado na Plataforma Moodle para download. Caso pretenda o certificado em formato papel, este poderá ser levantado nas instalações do Instituto CRIAP.
Metodologia de Ensino
Esta formação decorre em modalidade e-learning: metodologia de ensino composta por sessões assíncronas e sessões síncronas. As sessões assíncronas correspondem ao período de estudo autónomo; as sessões síncronas correspondem às aulas propriamente ditas em que o formador está em contacto direto com a turma na sala virtual através da qual interage com os formandos e dinamiza a sessão com recurso a apresentações, vídeos entre outros materiais pedagógicos. A formação será teórico-prática e conta com a participação ativa dos alunos em todas as atividades propostas. Versará a apresentação e discussão de temas específicos relacionados com a área, bem como a discussão e análise de casos práticos.
Requisitos técnicos:
- Computador funcional equipado com placa de som, auscultadores com microfone, webcam e com ligação à internet
- Browser: Google Chrome ou Mozilla Firefox
Prosseguimento de Estudos
Nos termos do disposto no artigo 45.º do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 107/2008, de 25 de junho, e tendo em vista o prosseguimento de estudos para a obtenção de grau académico (Mestrado ou Doutoramento), os estabelecimentos de ensino superior poderão creditar ECTS.
Métodos de Avaliação
Assistência e participação mínima obrigatória a 75% da duração das sessões síncronas;
Teste de avaliação sumativa (100%).