Pé Diabético: a força da equipa é a chave para prevenir, tratar e preservar

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Pé Diabético: a força da equipa é a chave para prevenir, tratar e preservar

Prevenir o pé diabético exige resposta rápida e equipas multidisciplinares. Descubra estratégias eficazes para evitar amputações e melhorar cuidados.

O pé diabético continua a ser uma das complicações mais graves da diabetes mellitus, com impacto direto na qualidade de vida dos doentes e nas taxas de amputações evitáveis. O tempo de resposta pode determinar a diferença entre a preservação funcional e a perda definitiva de autonomia. Deste modo, a atuação clínica isolada não é suficiente. É, portanto, a intervenção multidisciplinar que marca a diferença.

 

 

Pé diabético: uma ferida que pode ser evitada

A evidência científica é clara: a maioria das amputações não traumáticas associadas à diabetes (que representam cerca de 70% do total) são precedidas por lesões evitáveis, que evoluíram sem diagnóstico ou tratamento atempado. Estima-se que 1 em cada 4 pessoas com diabetes poderá desenvolver lesões nos pés ao longo da vida. A deteção precoce é, por isso, não apenas recomendável, mas essencial.

O enfermeiro, neste contexto, assume um papel estratégico. É muitas vezes o primeiro profissional a observar sinais de risco: alterações na pele, perda de sensibilidade, deformações anatómicas ou feridas que não cicatrizam. Quando há uma equipa preparada, a resposta é imediata e coordenada.

 

 

Prevenir é cuidar com método

A prevenção eficaz do pé diabético exige sistematização, desde o rastreio regular de fatores de risco até à educação contínua do doente e da sua família. Práticas como a inspeção periódica, a avaliação da sensibilidade e da perfusão periférica, ou o ensino sobre higiene e escolha de calçado, devem integrar os cuidados regulares prestados nos contextos hospitalares e comunitários.

A fisiopatologia do pé diabético envolve alterações neurológicas, vasculares e imunológicas que, em conjunto, reduzem a capacidade de cicatrização e aumentam o risco de infeção grave. Este conhecimento é essencial para orientar uma abordagem fundamentada, e para reconhecer, com antecedência, sinais de alarme.

 

 

Feridas complexas exigem respostas integradas

O tratamento de feridas no pé diabético vai muito além da limpeza e cobertura. Exige uma análise precisa da etiologia, da carga bacteriana, do estado nutricional e das comorbilidades associadas. Técnicas avançadas de desbridamento, terapia compressiva, controlo da glicemia e suporte metabólico fazem parte de um plano de cuidados rigoroso.

Neste contexto, o trabalho em equipa é indispensável. Médicos, enfermeiros, podologistas, nutricionistas, fisioterapeutas e, muitas vezes, assistentes sociais ou psicólogos, devem colaborar com objetivos claros e planos partilhados. Cada especialidade traz uma peça do puzzle; e é o alinhamento entre todos que garante melhores resultados clínicos.

 

 

A atuação comunitária como fator diferenciador

O sucesso da prevenção e do tratamento do pé diabético não se esgota no contexto hospitalar. As equipas de cuidados na comunidade têm um papel fundamental na monitorização regular, na continuidade dos cuidados pós-alta e na capacitação dos doentes para o autocuidado.

Intervenções precoces ao nível domiciliário, bem como o reforço da literacia em saúde, têm demonstrado impacto direto na redução de internamentos e amputações evitáveis. A articulação entre cuidados primários e secundários deve, por isso, ser reforçada através de protocolos de referência e contrarreferência funcionais.

 

 

Webinário “Pé Diabético: A Força das Equipas Multidisciplinares na Prevenção e Tratamento”

Para aprofundar estes temas e refletir sobre estratégias clínicas e organizacionais eficazes, o Instituto CRIAP promove o webinário “Pé Diabético: A Força das Equipas Multidisciplinares na Prevenção e Tratamento”, com a participação da Enf.ª Sofia Matias, especialista em Enfermagem Comunitária, com experiência prática na abordagem ao pé diabético em contexto hospitalar e de cuidados na comunidade.

Durante a sessão serão abordados temas como:

  • A fisiopatologia e classificação das lesões do pé diabético;
  • A importância do rastreio sistemático e da deteção precoce;
  • Práticas clínicas para o tratamento de feridas complexas;
  • O papel das equipas multidisciplinares na gestão integrada da condição.

 

 

Oferta formativa recomendada

Para aprofundar os conhecimentos técnicos e clínicos sobre esta temática, o Workshop em Pé Diabético é uma formação intensiva que proporciona uma abordagem atualizada e prática à prevenção, diagnóstico e tratamento das complicações associadas ao pé diabético. Direcionada a profissionais da Enfermagem, esta formação capacita os participantes para atuar com maior segurança, rigor e eficácia na gestão de situações complexas e na educação para a saúde junto de doentes com diabetes.