Dia da Segurança Informática: boas práticas de segurança digital para profissionais de Saúde e Psicologia

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Dia da Segurança Informática: boas práticas de segurança digital para profissionais de Saúde e Psicologia

Proteja dados clínicos com confiança: descubra estratégias simples e eficazes para fortalecer a segurança digital na Saúde e Psicologia.

No Dia da Segurança Informática, torna-se essencial recordar que a proteção de dados não é apenas uma exigência técnica, mas uma responsabilidade ética fundamental para todos os profissionais de Saúde e Psicologia.

Neste contexto, compreender os desafios, práticas e estratégias de segurança digital é mais do que uma competência tecnológica, é uma parte central da prestação de cuidados de qualidade.

Este artigo reúne orientações práticas e essenciais para reforçar a segurança no quotidiano clínico.

 

 

Digitalização na prática clínica: oportunidades e riscos

 

A digitalização transformou profundamente o setor da Saúde e da Psicologia, trazendo maior eficiência, agilidade e possibilidades de inovação. No entanto, também introduz novos desafios e riscos que exigem atenção constante.

 

Benefícios da digitalização

 

  • Centralização de informações: Dados clínicos, históricos de pacientes e protocolos de tratamento podem ser organizados de forma estruturada, facilitando o acesso e a gestão.
  • Melhoria na comunicação: É mais fácil trocar informações com outros profissionais, instituições de saúde, seguradoras e pacientes, promovendo coordenação e continuidade no atendimento.
  • Apoio à pesquisa e análise: Sistemas digitais permitem recolher e analisar grandes volumes de dados, auxiliando na identificação de melhores práticas, tendências de saúde e otimização de processos.
  • Eficiência administrativa: Processos internos, agendamentos e documentação tornam-se mais rápidos e menos sujeitos a erros manuais.

 

Riscos e desvantagens

 

  • Exposição a ataques informáticos: Sistemas digitais concentram grandes volumes de informações sensíveis, tornando-os alvos atraentes para hackers.
  • Impacto de acessos não autorizados: A consolidação de diferentes dados e sistemas em uma única plataforma significa que, se comprometida, uma invasão pode afetar várias áreas simultaneamente.
  • Vulnerabilidades de dispositivos e armazenamentos: Credenciais roubadas ou falhas de segurança em serviços online podem permitir que invasores acedam a dados clínicos críticos, causando prejuízos aos pacientes e à organização.

 

 

Conceitos essenciais de cibersegurança

 

A cibersegurança refere-se ao conjunto de práticas, processos e tecnologias destinados a proteger sistemas, dados e redes contra acessos não autorizados, ataques e interrupções.

No setor da Saúde e Psicologia, onde informações sensíveis de pacientes são armazenadas e compartilhadas diariamente, a cibersegurança não é apenas uma questão tecnológica, mas uma necessidade ética e profissional.

Com o aumento do trabalho remoto, consultas online e troca de dados entre diferentes organizações, os criminosos digitais têm desenvolvido constantemente novas técnicas para explorar vulnerabilidades.

Todos os anos, o número de ciberataques tem vindo a crescer, tornando imperativo que as instituições adotem programas de proteção adaptáveis e proativos.

Para se manterem seguras frente a estas ameaças em constante evolução, as organizações precisam compreender que a cibersegurança é um esforço contínuo e multidimensional.

 

 

Conformidade Legal e Ética: RGPD e Deontologia na Proteção de Dados Clínicos

 

O RGPD (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados) é a legislação europeia que define regras sobre a recolha, armazenamento e partilha de informações pessoais e sensíveis.

Este regulamento exige consentimento explícito dos pacientes, limitação do uso dos dados e garante direitos como o acesso e a eliminação da informação sempre que solicitado.

Para além disso, o código deontológico reforça a responsabilidade dos profissionais em manter a confidencialidade e a integridade dos dados clínicos.

Cumprir estas normas ajuda a reduzir riscos de fugas de informação e penalizações, além de reforçar a confiança entre profissionais e pacientes.

 

 

Riscos reais: onde os dados clínicos estão mais vulneráveis

 

No setor da Saúde e da Psicologia, os dados dos pacientes estão constantemente expostos a diferentes tipos de ameaças. Entre os fatores de risco mais comuns, destacam-se:

 

  1. Sistemas desatualizados ou obsoletos: softwares antigos podem ter falhas não corrigidas, facilitando ataques.
  2. Golpes de e-mail com malware: e-mails maliciosos podem espalhar malware pela rede interna, comprometendo dados sensíveis.
  3. Acessos internos e externos: pessoas com acesso à rede podem, sem querer, introduzir malwares ou permitir falhas de segurança.
  4. Redes sem fio inseguras: hospitais, clínicas e consultórios que oferecem Wi-Fi a pacientes e visitantes podem criar pontos de acesso vulneráveis, que se tornam alvos fáceis para ataques.
  5. Senhas fracas ou reutilizadas: credenciais simples ou repetidas facilita que invasores descubram credenciais e obtenham acesso não autorizado à rede e aos dados clínicos.
  6. Transmissão de dados sem proteção adequada: O envio de informações entre clínicas, profissionais ou seguradoras sem criptografia ou canais seguros deixa os dados vulneráveis.
  7. Falta de formação em segurança informática: Quando profissionais não recebem formação adequada sobre boas práticas de proteção de dados, aumenta o risco de ações inseguras.

 

 

Políticas e estratégias para uma proteção de dados eficaz

 

Para proteger os dados clínicos, é essencial adotar múltiplas medidas que combinem tecnologia, processos e consciencialização dos profissionais. Entre as estratégias mais eficazes estão:

 

  • Segurança multi-camadas: combinar firewalls, sistemas de deteção e resposta de endpoints (EDR), prevenção de intrusões e comunicação encriptada para criar uma defesa robusta em todos os níveis.
  • Controlo de acesso e autenticação segura: atribuir a cada profissional apenas os acessos necessários e utilizar métodos avançados, como autenticação biométrica ou sem palavra-passe, para reduzir fragilidades
  • Auditorias regulares e monitorização de vulnerabilidades: verificar periodicamente sistemas e redes para detetar falhas ou configurações inseguras antes que causem incidentes.
  • Planeamento e gestão de fornecedores externos: assegurar que terceiros cumprem normas de segurança, monitorizar o seu desempenho e recorrer a tecnologias avançadas, como IA e blockchain, para detetar anomalias e garantir a integridade dos registos clínicos.
  • Formação contínua: capacitar profissionais para identificar riscos, adotar boas práticas e prevenir erros humanos que possam comprometer a segurança dos dados.

 

 

Hábitos digitais seguros para profissionais de Saúde e Psicologia

 

Para além das medidas organizacionais, os profissionais devem adotar hábitos digitais diários que aumentem a sua própria segurança e a dos dados dos pacientes.

Praticar estas rotinas simples no dia a dia ajuda a reduzir riscos e a manter a confidencialidade das informações clínicas:

 

  • Utilização diária de senhas fortes e únicas
  • Ativação constante da autenticação multifator
  • Manutenção regular de sistemas e dispositivos atualizados
  • Atenção a e-mails e links suspeitos
  • Realização de backups frequentes
  • Limitação do acesso a informações apenas quando necessário
  • Uso diário de redes seguras e protegidas

 

 

Formação contínua em Segurança Informática

 

O Instituto CRIAP disponibiliza cursos de cibersegurança focados na proteção de dados clínicos e prevenção de ataques digitais. As formações combinam teoria e prática, preparando os participantes para atuar de forma segura no contexto clínico.

 

 

Especialização Avançada em Cibersegurança e Cibercrime

 

A Especialização Avançada em Cibersegurança e Cibercrime é destinada a profissionais de saúde e de psicologia que pretendem aprofundar competências na proteção de dados e na prevenção de ataques digitais.

Esta formação aborda as boas práticas criminais e administrativas em cibersegurança, explora as motivações do cibercrime e o enquadramento legal aplicável, e ensina a identificar mecanismos de recolha de informação, atores maliciosos e métodos de ataque.

Os participantes aprendem ainda a elaborar políticas de resposta a ciberataques, consolidando conhecimentos e desenvolvendo competências práticas que fortalecem a proteção das suas organizações e promovem uma atuação segura e informada no contexto digital

 

 

Curso de Práticas de Cibersegurança Médica

 

O Curso de Práticas de Cibersegurança Médica é uma oportunidade para profissionais de saúde e psicologia compreenderem os riscos digitais específicos do setor e adotarem medidas eficazes de proteção de dados e dispositivos médicos. A formação ensina a reconhecer ameaças, implementar estratégias de segurança no dia a dia clínico e desenvolver a cultura de cibersegurança junto das equipas.

Ao concluir este curso, os profissionais estarão mais preparados para responder a ciberataques, proteger informações sensíveis e integrar boas práticas digitais no seu trabalho quotidiano, promovendo cuidados mais seguros e eficientes.