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O que é terapia cognitivo comportamental?
A terapia cognitiva comportamental (TCC) foi fundada no início da década de 60 a partir de outra abordagem da psicologia chamada Behaviorismo.
Consultas mais curtas, listas de espera longas e exigência de resultados mensuráveis, colocam a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) no centro da prática psicológica. O método é claro, colaborativo e orientado para objetivos clínicos que fazem diferença na vida diária: voltar a trabalhar, dormir sem sobressaltos, apanhar um comboio sem medo, entre muitos outros obstáculos pessoais.
A terapia cognitiva e comportamental parte de uma ideia pragmática: aquilo que se pensa influencia o que se sente e o que se faz; e o que se faz reforça, ou desmonta, o que se pensa.
Ao tornar estes ciclos visíveis, a psicoterapia cognitivo-comportamental cria espaço para ensaiar interpretações mais úteis e comportamentos mais eficazes, até que o alívio sintomático se traduza em ganhos funcionais.
No fundo, procede-se a uma modificação de cognições que mantêm sofrimentos e à alteração de padrões comportamentais que perpetuam o problema, onde os pensamentos automáticos, crenças e regras rígidas dão lugar a novos comportamentos no quotidiano.
As cognições moldam emoções e comportamentos, as experiências reforçam crenças e os estados fisiológicos amplificam interpretações. Padrões de pensamento automáticos, crenças nucleares e regras rígidas (“tenho de controlar tudo”, “se falho, desmorono”) atuam como filtros. A experiência vai confirmando esses filtros e o sofrimento instala-se.
A intervenção do psicoterapeuta cognitivo comportamental torna este circuito observável, ajuda a encontrar atalhos cognitivos e testa, no terreno, alternativas que façam sentido para aquela pessoa, naquele contexto.
A Terapia Cognitiva Comportamental tradicional tem uma forte ênfase na reestruturação cognitiva e técnicas comportamentais.
No entanto, emergiram abordagens chamadas de “terceira vaga”, que ganharam terreno nas últimas décadas, nomeadamente:
A lógica comum é aumentar a flexibilidade psicológica e mudar a forma como se relaciona com pensamentos e emoções.
A psicologia possui diversas abordagens diferentes cujo objetivo principal é o mesmo: ajudar as pessoas a terem vidas tranquilas, agradáveis e livre de problemas psicológicos.
A TCC é somente uma delas e nem todos os pacientes respondem da melhor forma a uma terapia deste género. Como cada indivíduo possui uma personalidade única, algumas abordagens são mais eficientes que outras.
A terapia comportamental e cognitiva é recomendada, em primeira linha, para perturbações de ansiedade, depressão, perturbação de pânico, fobias, POC, trauma, insónia e dor crónica.
Em fases de risco agudo, défice neurocognitivo significativo ou condições médicas predominantes, o foco clínico pode ter de se deslocar para estabilização e abordagem integrada. A escolha deve respeitar a preferência do paciente, os recursos disponíveis e a evidência para o quadro em causa.
Na terapia cognitivo-comportamental, o percurso começa com uma avaliação que liga os sintomas ao seu funcionamento diário: mapeiam-se gatilhos, interpretações e respostas (ABC) e constrói-se um mapa funcional simples.
São ainda definidos objetivos concretos e mensuráveis, alinhados com o que a pessoa procura recuperar, e escolhem-se técnicas adequadas: reestruturação cognitiva e experiências comportamentais, exposição com prevenção de resposta ou ativação comportamental.
Em sessão, deve existir uma agenda partilhada, uma revisão breve do progresso e tarefas práticas entre sessões, onde a mudança verdadeiramente acontece. Treinam-se competências úteis como a assertividade, a gestão do sono e a tolerância ao mal-estar. Quando indicado, integram-se abordagens de “terceira vaga” como o Mindfulness, aceitação e valores.
O plano segue protocolos com evidência para cada condição, monitoriza resultados com medidas breves e ajusta a rota quando necessário. Tudo isto com sensibilidade ao contexto de vida.
O terapeuta cognitivo-comportamental atua como um guia colaborativo. Conduz questionamento socrático, oferece psicoeducação precisa, co-constrói experiências de aprendizagem e reforça a autonomia. Promove monitorização, define metas alcançáveis e celebra progresso mensurável. A sua postura deve ser ativa, empática e transparente.
A importância da formação especializada e contínua em TCC é evidente. Além de proteger o paciente, sustenta o profissional.
A Supervisão regular evita a deriva do modelo, melhora decisões em casos complexos e mantém a psicoterapia cognitivo comportamental alinhada com evidência e boas práticas.
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