Dia Mundial da Amamentação

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Dia Mundial da Amamentação

Descubra como o aleitamento materno fortalece a saúde, o vínculo e o bem estar de mãe e bebé.

O aleitamento materno é mais do que um ato fisiológico, é um gesto de ligação profunda, um diálogo silencioso entre mãe e filho, carregado de significados biológicos, emocionais e culturais. A cada contacto pele com pele, estabelece-se um elo indissolúvel que molda o desenvolvimento do bebé e influencia a saúde da mulher. 
 
O Dia Mundial da Amamentação surge como um convite à reflexão coletiva sobre a importância desta prática, recordando que nutrir vai muito além de alimentar.
 
Criada pela Aliança Mundial para a Ação em Aleitamento Materno (WABA), esta celebração anual nasceu para reforçar os benefícios do aleitamento e incentivar políticas que o protejam. Reconhecida em dezenas de países, a data constitui um marco simbólico para mobilizar profissionais de saúde, famílias e comunidades em prol de um objetivo comum: garantir que todas as crianças tenham acesso a este alimento natural e insubstituível nos primeiros meses de vida.
 
 

Aleitamento Materno: Pilar da Saúde do Bebé

 
O leite materno contém um perfil nutricional perfeitamente ajustado às necessidades do recém-nascido. É um “código biológico” repleto de anticorpos, enzimas, hormonas e nutrientes essenciais que não podem ser replicados integralmente por fórmulas artificiais. A sua composição evolui em função da idade e necessidades do bebé, fornecendo proteção contra infeções respiratórias, gastrointestinais e outras patologias frequentes na infância.
 
 

Quais os seus benefícios nutricionais?

 
Rico em ácidos gordos essenciais, proteínas de fácil digestão e açúcares que favorecem o desenvolvimento do microbioma intestinal, o leite materno é um alimento vivo. É uma ferramenta de programação metabólica que influencia a saúde a longo prazo.
Através do colostro - o “primeiro leite” - o recém-nascido recebe uma carga concentrada de imunoglobulinas, fortalecendo as suas defesas num período de extrema vulnerabilidade.
 
 

Impacto na Saúde da Mulher

 
O ato de amamentar contribui para a saúde global da mulher, funcionando como um aliado natural na prevenção e equilíbrio do organismo. Favorece o restabelecimento fisiológico após o parto, ajudando o útero a regressar mais rapidamente ao seu tamanho original e apoiando o processo de recuperação física. É também um momento que estimula mecanismos internos capazes de proteger a saúde feminina a longo prazo, fortalecendo o bem-estar físico e emocional.
 
 

Redução de riscos de doenças crónicas

 
A sucção do bebé desencadeia respostas hormonais que influenciam de forma positiva o metabolismo materno. Estes estímulos contribuem para regular o funcionamento do organismo e podem ajudar a reduzir a probabilidade de certas condições crónicas ao longo da vida.
 
 

Bem-estar emocional e vínculo afetivo

 
O contacto próximo e prolongado durante a amamentação liberta oxitocina, uma hormona que promove relaxamento e sensação de segurança. Este momento íntimo reforça a ligação entre mãe e filho, proporcionando conforto mútuo e ajudando a prevenir desequilíbrios emocionais no período pós-parto.
 
 

Desafios na Amamentação

 
A amamentação, apesar de ser um processo natural, pode trazer consigo diferentes desafios que exigem atenção e apoio. Estes obstáculos podem surgir logo no início ou desenvolver-se ao longo do tempo, afetando a experiência da mãe e a continuidade do aleitamento materno. 
 
 

Entre os mais frequentes destacam-se:

 
  • Pega incorreta do bebé, que pode causar dor, fissuras e dificultar a extração eficaz do leite.
  • Produção insuficiente de leite, gerando preocupação e insegurança na mãe.
  • Desconforto físico como ingurgitamento mamário, mastite ou dor persistente.
  • Pressão social e julgamentos externos, frequentemente baseados em mitos e informações erradas.
  • Regresso precoce ao trabalho sem condições adequadas para extrair, armazenar e oferecer o leite materno.
  • Falta de apoio familiar ou comunitário, tornando a mãe mais vulnerável ao cansaço e à desistência.
  • Barreiras culturais e falta de informação que dificultam o acesso a recursos de apoio e aconselhamento.
 
 
Reconhecer estes desafios é o primeiro passo para enfrentá-los. Com apoio técnico especializado, redes de suporte sólidas e um ambiente social que valorize o aleitamento materno, é possível ultrapassar grande parte destas dificuldades e garantir que a amamentação decorra de forma saudável e gratificante para mãe e bebé.
 
 

Amamentar é uma escolha, ser mãe é muito mais

 
Optar por não amamentar, seja por decisão própria ou por impossibilidade física ou médica, não torna uma mulher menos mãe. A maternidade é um conceito muito mais amplo do que a via escolhida para alimentar o bebé. 
 
Ser mãe é cuidar, proteger, estar presente, oferecer afeto e garantir que todas as necessidades da criança sejam atendidas com amor e responsabilidade.
 
Muitas vezes, as circunstâncias escapam ao controlo da mãe: problemas de saúde, uso de medicação incompatível, dificuldades na produção de leite, traumas físicos ou emocionais, ou simplesmente a constatação de que a amamentação não é viável para o seu contexto de vida. Nessas situações, a pressão social ou o julgamento externo apenas acrescentam um peso desnecessário, podendo gerar sentimentos de culpa e diminuir a autoestima materna.
 
O que realmente importa é que o bebé seja nutrido de forma segura e que cresça num ambiente de carinho e estabilidade. O vínculo afetivo não se constrói apenas ao peito, ele é fortalecido em cada olhar, cada toque, cada gesto de cuidado. Seja através do leite materno, do leite artificial ou de uma combinação de ambos, o amor e a dedicação permanecem como o verdadeiro alimento emocional que sustenta o desenvolvimento saudável da criança.
 
 

Parentalidade e Rede de Apoio

 
A amamentação não é responsabilidade exclusiva da mãe. Trata-se de um compromisso partilhado que se fortalece através da parentalidade consciente e do apoio alargado.
O parceiro, ao oferecer suporte emocional e assumir tarefas práticas como preparar o espaço de amamentação ou gerir responsabilidades domésticas, contribui para que a mãe viva este momento com serenidade. 
A presença da família alargada, quando respeitosa e encorajadora, cria um ambiente de segurança e acolhimento. 
Para além do círculo íntimo, o apoio da comunidade e de profissionais especializados, como consultores de lactação, enfermeiros e grupos de apoio, desempenha um papel decisivo, ajudando a ultrapassar desafios e reforçando a confiança necessária para manter o aleitamento materno de forma plena e gratificante.
 
Nesse sentido, a formação contínua destes profissionais é imprescindível para assegurar que o apoio prestado se baseia nas melhores práticas e evidências atualizadas, garantindo um acompanhamento competente, humanizado e adaptado às necessidades únicas de cada mãe e bebé.
 
 

Especialização Avançada em Saúde da Mulher

 
Uma formação que aprofunda conhecimentos sobre a saúde da mulher na preconceção, gravidez e pós parto, com base numa abordagem integrativa e humanista. Capacita profissionais para avaliar sinais de saúde e stress, reconhecer situações que exigem encaminhamento, promover estratégias de bem estar físico, emocional e nutricional e apoiar a mulher e a família nesta fase única. Essencial para garantir cuidados seguros, humanizados e informados, prevenindo complicações e promovendo o empoderamento feminino.
 
 

Especialização Avançada em Psicologia da Gravidez e da Parentalidade

 
Esta especialização aprofunda o conhecimento psicológico sobre a gravidez e a transição para a parentalidade, desenvolvendo competências para avaliar, intervir e prevenir situações de vulnerabilidade emocional. Aborda alterações psicológicas normativas, desafios como gravidezes de risco, perdas gestacionais, infertilidade e prematuridade, bem como fatores que influenciam a relação mãe-bebé.
 
 

Curso Pós-Universitário em Práticas Avançadas de Promoção do Aleitamento Materno

 
Um curso que desenvolve competências avançadas para apoiar, proteger e promover o aleitamento materno, com base nas orientações mais recentes da OMS e UNICEF. Capacita profissionais para compreender os benefícios do leite materno, corrigir técnicas de amamentação, prevenir e resolver complicações, promover a saúde mental perinatal e implementar práticas institucionais favoráveis. Essencial para garantir um acompanhamento técnico e humanizado, prevenindo o desmame precoce e promovendo a saúde materno infantil.