Depressão na Gravidez

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Depressão na Gravidez

Estima-se que cerca de 10% das mulheres possam sofrer de depressão durante a gravidez.

 

A gravidez é geralmente acompanhada de grandes mudanças, uma vez que é responsável por um conjunto de transformações na mulher, sejam elas físicas, hormonais, emocionais ou psicológicas. Particularmente, a exigência física e psicológica que a gravidez representa, e que exige constante adaptação, constitui muitas das vezes uma fase vulnerável não só para a mulher, mas também para o casal.

 

É estimado que mais de 300 milhões de pessoas sofram de depressão em todo o mundo. Apesar de ser uma perturbação que atinge pessoas de todos os géneros e idades, as mulheres têm, aproximadamente, duas vezes mais probabilidade de desenvolver depressão dos que os homens. Em Portugal, os valores apontam para uma prevalência de 2 a 3% nos homens e de 5 a 9% nas mulheres.

 

A incidência de perturbações mentais aumenta durante o ciclo da gravidez e do pós-parto, sendo que 1 em cada 5 mulheres sofre de depressão ou perturbações de ansiedade durante este período.

 

 

Depressão e Ansiedade na Gravidez

 

Este período da vida da mulher e do casal é também, frequentemente, explorado socialmente e nos media segundo uma perspetiva irrealista, o que contribui com sentimentos de vergonha, culpa e desilusão quando não são atingidas as expectativas estabelecidas, isto é, perante emoções negativas, dificuldades ou incapacidade de cuidar e de gerir determinadas situações e sensação de sobrecarga.

 

Apesar de habitualmente a descoberta da gravidez estar associada a emoções positivas, todas alterações intrínsecas a esta fase podem provocar sentimentos contraditórios. Por um lado, felicidade, satisfação e expectativas positivas, e por outro, medo, insegurança, ansiedade e dúvida. A manifestação de emoções negativas deve requerer especial atenção durante a gravidez e pós-parto, uma vez que poderá estar na origem do aparecimento de alguma perturbação.

 

É provável que o termo depressão pós-parto soe familiar, no entanto, apesar de menos conhecido, também é possível sofrer de depressão durante a gravidez. Segundo o Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG), entre 14 a 23% das mulheres passam por uma depressão durante a gravidez. Facto é, que a depressão pode ocorrer durante a gravidez, após o nascimento ou durante todo o período perinatal.

 

 

Psicologia na Gravidez e Pós-parto

 

Durante a gravidez é fundamental que o acompanhamento clínico seja feito segundo uma abordagem multidisciplinar, incluindo, nomeadamente, a ginecologia-obstetrícia, a pediatria e a psicologia.

 

A consulta de psicologia na gravidez assume um papel de extrema importância desde o planeamento da gravidez até aos primeiros anos de pós-parto, incluindo também situações de infertilidade e de perda gestacional, uma vez que ajuda a mulher a lidar e gerir eventuais dificuldades que possam surgir durante a gravidez e permite prevenir complicações psicológicas que possam surgir durante o período perinatal.

 

Caso se manifestem sintomas anormais e identificados como sintomas comuns dos estados depressivos, o primeiro passo é procurar ajuda especializada, possibilitando o diagnóstico e tratamento adequado, que pode incluir terapia e/ou medicação.

 

O acompanhamento psicológico durante esta fase não é exclusivo da grávida e pode desempenhar um papel igualmente importante no bem-estar do pai, do casal e da família.

 

 

Sintomas de Depressão na Gravidez

 

À semelhança de outros quadros depressivos, a depressão na gravidez apresenta algumas características às quais se deve prestar atenção. São elas:

 

  • Alterações no sono;
  • Perda de energia e fadiga;
  • Tristeza;
  • Desinteresse nas atividades habituais;
  • Pensamentos negativos;
  • Alterações desadequadas na alimentação;
  • Falta de autoestima e sentimentos de culpa;

 

 

Fatores de Risco na Gravidez

 

Determinados fatores representam um risco acrescido de desenvolver perturbações psicológicas na gravidez.

 

  • Ansiedade e stress excessivos;
  • Gravidez indesejada;
  • Complicações na gravidez;
  • Historial de perturbações anteriores;
  • Hereditariedade;

 

 

Impacto na saúde do bebé

 

É importante que as emoções negativas sejam partilhadas com as pessoas que compõem o círculo familiar e social mais próximo, para que estes possam prestar especial atenção ao manifestar destes sentimentos e encaminhar um acompanhamento especializado. No entanto, é crucial que seja indicado aos especialistas de saúde que acompanham a mulher, o surgimento destas emoções, uma vez que só assim é possível prevenir, diagnosticar e tratar um possível transtorno mental.

 

A ausência de intervenção e de tratamento adequado, pode representar riscos para o feto. Má alimentação, fumar, consumir drogas, rotinas de sono inadequadas e descurar o acompanhamento durante a gravidez, são ações comuns dos quadros depressivos, que, como consequência, podem provocar partos prematuros, bebés com baixo peso ou com problemas de desenvolvimento.

 

Apesar de serem frequentemente associados a malformações, a toma de antidepressivos durante a gravidez representa um risco muito baixo ou praticamente inexistente para o feto. No entanto, o mesmo não se pode dizer sobre a ausência de tratamento, uma vez que pode contribuir para o aparecimento de dificuldades cognitivas, de desenvolvimento e comportamentais no bebé.

 

É importante esclarecer, que, caso seja diagnosticada uma depressão anterior à gravidez, é importante não suspender a terapêutica psicofarmacológica antes da conceção ou durante a gravidez. Dado que esta fase "precipita descompensações perinatais em 70 por cento das mulheres grávidas com patologia depressiva e em 74% das mulheres com o diagnóstico de doença bipolar".

 

Relativamente à amamentação, estudos indicam, que a maioria dos antidepressivos não interferem com este processo, uma vez que não são excretados no leite materno. Para além disso, aquando da sua prescrição, o antidepressivo é escolhido tendo em conta o menor risco para o bebé. Desta forma, as mulheres que tomaram ou estejam a tomar antidepressivos durante a gravidez podem amamentar, caso assim o desejem.

 

 

 

 

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