Dia Internacional da Solidariedade Humana: Da

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Dia Internacional da Solidariedade Humana: Da Intenção à Transformação Social

No Dia Internacional da Solidariedade Humana, falamos sobre o combate à pobreza e à desigualdade social e a importância da intervenção social e da formação especializada.

O Dia Internacional da Solidariedade Humana lembra-nos que a solidariedade é um valor essencial para enfrentar desafios globais como a pobreza, a desigualdade social e a exclusão. Mais do que um gesto pontual, a solidariedade implica empatia, responsabilidade e compromisso com a dignidade humana, sobretudo junto das pessoas e comunidades em maior situação de vulnerabilidade.

Num mundo cada vez mais interdependente, promover a justiça social e o bem-estar coletivo é um compromisso que exige ação concreta, planeada e sustentada. A solidariedade humana traduz-se, assim, na capacidade de transformar intenções em práticas eficazes, capazes de gerar impacto real e duradouro na vida das pessoas.

 

Solidariedade humana: um compromisso global

 

O Dia Internacional da Solidariedade Humana surge no contexto dos compromissos assumidos pelas Nações Unidas com a promoção dos direitos humanos, da justiça social e da cooperação entre os povos.

Com base nos princípios da Declaração do Milénio, este dia reforça a importância da solidariedade como base das relações entre cidadãos, comunidades e Estados, num mundo marcado pela diversidade cultural, social e económica.

A sua promoção é apoiada por entidades como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, cujo trabalho se centra na redução das desigualdades e na erradicação da pobreza à escala global.

 

 

Qual o objetivo deste dia?

 

De acordo com as Nações Unidas, o Dia Internacional da Solidariedade Humana tem como principais objetivos:

  • Celebrar a união na diversidade e o respeito pelas diferenças culturais, sociais e económicas;
  • Reforçar a responsabilidade dos governos no cumprimento dos compromissos assumidos em acordos internacionais;
  • Sensibilizar a opinião pública para a importância da solidariedade como base da coesão social;
  • Incentivar o debate sobre estratégias de promoção da solidariedade para a concretização dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável;
  • Estimular o desenvolvimento de novas iniciativas e práticas que contribuam para a erradicação da pobreza e da exclusão social.

 

Pobreza e desigualdade social: desafios atuais

 

A pobreza e a desigualdade social continuam a ser desafios estruturais que afetam milhões de pessoas a nível mundial.

Os efeitos da pobreza vão para além da dimensão económica, influenciando o bem-estar social e psicológico. Entre as principais fragilidades associadas à pobreza e à desigualdade social destacam-se:

1.Insegurança económica e dificuldade em satisfazer necessidades básicas;

2.Acesso limitado à educação e formação profissional;

3.Barreiras ao acesso à saúde e a serviços de apoio psicossocial;

4.Estigma social e exclusão comunitária;

5.Impactos psicológicos, como stress, ansiedade e baixa autoestima;

6.Ciclos de vulnerabilidade que se perpetuam entre gerações.

Estas fragilidades evidenciam que a pobreza e a desigualdade social são fenómenos complexos, que exigem respostas estruturadas e sustentadas. A promoção da solidariedade humana e a implementação de estratégias de intervenção social qualificadas são essenciais para reduzir estas vulnerabilidades e contribuir para sociedades mais equitativas.

 

 

2 milhões de portugueses vive em risco de pobreza

 

De acordo com o relatório “Pobreza e Exclusão Social 2025” , do Observatório Nacional de Luta Contra a Pobreza da EAPN Portugal, o número absoluto de pessoas em risco de pobreza mantém-se persistentemente acima dos dois milhões, evidenciando que a pobreza continua a ser um problema estrutural em Portugal.

Apesar de uma redução gradual do risco de pobreza ou exclusão social, que atingiu 19,7% da população em 2023 — o valor mais baixo desde 2015 — cerca de 2,1 milhões de pessoas permanecem vulneráveis, ou seja, aproximadamente um em cada cinco portugueses.

Segundo o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR) do INE, de 2024, a taxa de risco de pobreza correspondia a habitantes com rendimentos líquidos inferiores a 632 euros por mês por adulto equivalente. Deste grupo, 1,76 milhões de pessoas, cerca de uma em cada seis, enfrentam situações de pobreza, sendo que 56% são mulheres, evidenciando uma maior vulnerabilidade feminina.

 

 

Quem é mais afetado?

 

Podem identificar-se alguns grupos que apresentam maior vulnerabilidade, evidenciando diferentes formas e níveis de pobreza dentro da população:

  • Pessoas com rendimentos muito baixos: mais de um terço dos que vivem em situação de pobreza recebem até 422 euros por mês;
  • Crianças: 40% das crianças pobres vivem em agregados com rendimentos muito baixos, o que compromete trajetórias de inclusão social e económica ao longo da vida;
  • Idosos: houve um agravamento significativo nas condições de vida da população idosa, com risco de pobreza a subir para 19,9% entre reformados, 17,8% para pessoas com 65 ou mais anos e 22,7% entre os muito idosos (75+).

 

O relatório evidencia também uma expressão territorial da pobreza:

  • Açores: região mais vulnerável, com 28,4% da população em risco;
  • Continente: destaque para a Península de Setúbal (21,8%);
  • Áreas rurais: taxa de pobreza de 23,5%, superior às cidades densamente povoadas (17,5%).

Embora tenha havido melhorias para menores de 18 anos e adultos em idade ativa, especialmente devido a transferências sociais, os dados revelam que apenas metade das pessoas em situação de pobreza entre os 18 e os 64 anos recebe prestações sociais.

 

 

Erradicação da pobreza: da intenção à ação

 

A erradicação da pobreza é um desafio global que exige mais do que intenções: requer respostas estruturadas, planeadas e sustentadas, capazes de gerar impacto real nas comunidades.

Esta ação depende não só das políticas públicas, mas também da responsabilidade social da sociedade civil, de organizações não-governamentais e de agentes comunitários.

A intervenção local é fundamental, pois permite adaptar estratégias às necessidades específicas de cada contexto, garantindo que as iniciativas têm eficácia e relevância. Projetos bem estruturados conseguem não apenas reduzir a pobreza imediata, mas também quebrar ciclos de vulnerabilidade, contribuindo para um impacto positivo de longo prazo a nível global.

 

 

Estratégias eficazes de intervenção social

 

Para que a solidariedade humana se traduza em resultados concretos, a intervenção social deve ser planeada e estruturada. A eficácia depende da utilização de metodologias adaptadas às necessidades específicas de cada comunidade, garantindo respostas direcionadas e sustentáveis às diferentes formas de vulnerabilidade.

A articulação entre organizações, profissionais e comunidades é essencial para potenciar os efeitos das ações e evitar esforços dispersos. A monitorização contínua permite ajustar as estratégias conforme as realidades locais, assegurando que cada iniciativa gera impacto real e duradouro.

Iniciativas locais bem implementadas demonstram que a ação coordenada pode transformar situações de vulnerabilidade em oportunidades de inclusão social. Boas práticas replicáveis e escaláveis fortalecem a capacidade de resposta das comunidades, evidenciando que a solidariedade estruturada é um motor de mudança eficaz.

 

 

Profissionais-chave na intervenção contra a pobreza e a desigualdade social

 

Entre os profissionais que desempenham um papel central na intervenção para a erradicação da pobreza e a promoção da igualdade social destacam-se:

  1. Trabalhadores sociais: identificam necessidades, articulam recursos e apoiam famílias e comunidades;
  2. Psicólogos: acompanham o bem-estar emocional e desenvolvem estratégias de apoio psicossocial;
  3. Educadores e técnicos de formação: promovem competências e inclusão educativa e profissional;
  4. Técnicos de apoio comunitário: implementam programas locais e monitorizam resultados;
  5. Outros agentes da sociedade civil: organizações não-governamentais, voluntários e instituições que contribuem para ações estruturadas de solidariedade.

 

 

A importância da intervenção social qualificada

A intervenção social é um instrumento essencial para transformar a solidariedade humana em ações concretas.

Intervir não é improvisar: cada estratégia deve ser baseada em avaliação rigorosa das necessidades, planeamento estruturado e objetivos claros, garantindo respostas eficazes e duradouras que promovam justiça social e inclusão.

A qualificação e a formação contínua dos profissionais que atuam nesta área são determinantes para o sucesso da intervenção. Conhecimento técnico atualizado, competências práticas e capacidade de adaptação a contextos complexos permitem que cada ação seja eficaz e sensível às realidades locais.

Programas de formação contínua reforçam a capacidade de resposta a novas necessidades, promovendo boas práticas e garantindo que a solidariedade se traduza em impacto concreto nas comunidades.

A ética profissional e a escuta ativa continuam a ser fundamentais, mas apenas com formação contínua e desenvolvimento de competências é possível oferecer respostas adequadas, inovadoras e sustentáveis, garantindo que a intervenção social contribua efetivamente para a inclusão e a redução da vulnerabilidade.

 

 

Especialize-se e transforme a solidariedade em ação concreta

 

Investir na capacitação profissional significa assegurar que cada ação no terreno é fundamentada, consistente e orientada para resultados concretos. Esta abordagem fortalece o impacto da solidariedade humana, permitindo que os profissionais atuem com segurança, rigor e empatia, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e resiliente.

 

Especialização Avançada em Intervenção do Serviço Social em Diversos Contextos

A  Especialização Avançada em Intervenção do Serviço Social em Diversos Contextos tem como objetivo capacitar os formandos para atuar de forma crítica e eficaz em múltiplos contextos do serviço social.

Os participantes adquirem competências teóricas e práticas, exploram estratégias de intervenção em áreas como saúde, educação, ação social, apoio a crianças, jovens e idosos, e desenvolvem ferramentas essenciais para uma prática ética, interdisciplinar e centrada nas necessidades das pessoas e comunidades.

 

Especialização Avançada em Psicologia Comunitária e Empoderamento Social

A Especialização Avançada em Psicologia Comunitária e Empoderamento Social prepara os formandos para atuar como especialistas em intervenção comunitária, promovendo mudanças sociais concretas. O curso desenvolve competências teórico-práticas para identificar e mitigar processos de exclusão, empoderar indivíduos e famílias, intervir junto de grupos vulneráveis e aplicar estratégias de redução de riscos.

Os participantes exploram ainda modelos de integração social, reinserção, promoção de saúde mental e envelhecimento ativo, consolidando ferramentas para uma intervenção comunitária ética, eficaz e transformadora.