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Dia Internacional da Solidariedade Humana: Da Intenção à Transformação Social
No Dia Internacional da Solidariedade Humana, falamos sobre o combate à pobreza e à desigualdade social e a importância da intervenção social e da formação especializada.
O Dia Internacional da Solidariedade Humana lembra-nos que a solidariedade é um valor essencial para enfrentar desafios globais como a pobreza, a desigualdade social e a exclusão. Mais do que um gesto pontual, a solidariedade implica empatia, responsabilidade e compromisso com a dignidade humana, sobretudo junto das pessoas e comunidades em maior situação de vulnerabilidade.
Num mundo cada vez mais interdependente, promover a justiça social e o bem-estar coletivo é um compromisso que exige ação concreta, planeada e sustentada. A solidariedade humana traduz-se, assim, na capacidade de transformar intenções em práticas eficazes, capazes de gerar impacto real e duradouro na vida das pessoas.
O Dia Internacional da Solidariedade Humana surge no contexto dos compromissos assumidos pelas Nações Unidas com a promoção dos direitos humanos, da justiça social e da cooperação entre os povos.
Com base nos princípios da Declaração do Milénio, este dia reforça a importância da solidariedade como base das relações entre cidadãos, comunidades e Estados, num mundo marcado pela diversidade cultural, social e económica.
A sua promoção é apoiada por entidades como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, cujo trabalho se centra na redução das desigualdades e na erradicação da pobreza à escala global.
De acordo com as Nações Unidas, o Dia Internacional da Solidariedade Humana tem como principais objetivos:
A pobreza e a desigualdade social continuam a ser desafios estruturais que afetam milhões de pessoas a nível mundial.
Os efeitos da pobreza vão para além da dimensão económica, influenciando o bem-estar social e psicológico. Entre as principais fragilidades associadas à pobreza e à desigualdade social destacam-se:
1.Insegurança económica e dificuldade em satisfazer necessidades básicas;
2.Acesso limitado à educação e formação profissional;
3.Barreiras ao acesso à saúde e a serviços de apoio psicossocial;
4.Estigma social e exclusão comunitária;
5.Impactos psicológicos, como stress, ansiedade e baixa autoestima;
6.Ciclos de vulnerabilidade que se perpetuam entre gerações.
Estas fragilidades evidenciam que a pobreza e a desigualdade social são fenómenos complexos, que exigem respostas estruturadas e sustentadas. A promoção da solidariedade humana e a implementação de estratégias de intervenção social qualificadas são essenciais para reduzir estas vulnerabilidades e contribuir para sociedades mais equitativas.
De acordo com o relatório “Pobreza e Exclusão Social 2025” , do Observatório Nacional de Luta Contra a Pobreza da EAPN Portugal, o número absoluto de pessoas em risco de pobreza mantém-se persistentemente acima dos dois milhões, evidenciando que a pobreza continua a ser um problema estrutural em Portugal.
Apesar de uma redução gradual do risco de pobreza ou exclusão social, que atingiu 19,7% da população em 2023 — o valor mais baixo desde 2015 — cerca de 2,1 milhões de pessoas permanecem vulneráveis, ou seja, aproximadamente um em cada cinco portugueses.
Segundo o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR) do INE, de 2024, a taxa de risco de pobreza correspondia a habitantes com rendimentos líquidos inferiores a 632 euros por mês por adulto equivalente. Deste grupo, 1,76 milhões de pessoas, cerca de uma em cada seis, enfrentam situações de pobreza, sendo que 56% são mulheres, evidenciando uma maior vulnerabilidade feminina.
Podem identificar-se alguns grupos que apresentam maior vulnerabilidade, evidenciando diferentes formas e níveis de pobreza dentro da população:
O relatório evidencia também uma expressão territorial da pobreza:
Embora tenha havido melhorias para menores de 18 anos e adultos em idade ativa, especialmente devido a transferências sociais, os dados revelam que apenas metade das pessoas em situação de pobreza entre os 18 e os 64 anos recebe prestações sociais.
A erradicação da pobreza é um desafio global que exige mais do que intenções: requer respostas estruturadas, planeadas e sustentadas, capazes de gerar impacto real nas comunidades.
Esta ação depende não só das políticas públicas, mas também da responsabilidade social da sociedade civil, de organizações não-governamentais e de agentes comunitários.
A intervenção local é fundamental, pois permite adaptar estratégias às necessidades específicas de cada contexto, garantindo que as iniciativas têm eficácia e relevância. Projetos bem estruturados conseguem não apenas reduzir a pobreza imediata, mas também quebrar ciclos de vulnerabilidade, contribuindo para um impacto positivo de longo prazo a nível global.
Para que a solidariedade humana se traduza em resultados concretos, a intervenção social deve ser planeada e estruturada. A eficácia depende da utilização de metodologias adaptadas às necessidades específicas de cada comunidade, garantindo respostas direcionadas e sustentáveis às diferentes formas de vulnerabilidade.
A articulação entre organizações, profissionais e comunidades é essencial para potenciar os efeitos das ações e evitar esforços dispersos. A monitorização contínua permite ajustar as estratégias conforme as realidades locais, assegurando que cada iniciativa gera impacto real e duradouro.
Iniciativas locais bem implementadas demonstram que a ação coordenada pode transformar situações de vulnerabilidade em oportunidades de inclusão social. Boas práticas replicáveis e escaláveis fortalecem a capacidade de resposta das comunidades, evidenciando que a solidariedade estruturada é um motor de mudança eficaz.
Entre os profissionais que desempenham um papel central na intervenção para a erradicação da pobreza e a promoção da igualdade social destacam-se:
A intervenção social é um instrumento essencial para transformar a solidariedade humana em ações concretas.
Intervir não é improvisar: cada estratégia deve ser baseada em avaliação rigorosa das necessidades, planeamento estruturado e objetivos claros, garantindo respostas eficazes e duradouras que promovam justiça social e inclusão.
A qualificação e a formação contínua dos profissionais que atuam nesta área são determinantes para o sucesso da intervenção. Conhecimento técnico atualizado, competências práticas e capacidade de adaptação a contextos complexos permitem que cada ação seja eficaz e sensível às realidades locais.
Programas de formação contínua reforçam a capacidade de resposta a novas necessidades, promovendo boas práticas e garantindo que a solidariedade se traduza em impacto concreto nas comunidades.
A ética profissional e a escuta ativa continuam a ser fundamentais, mas apenas com formação contínua e desenvolvimento de competências é possível oferecer respostas adequadas, inovadoras e sustentáveis, garantindo que a intervenção social contribua efetivamente para a inclusão e a redução da vulnerabilidade.
Investir na capacitação profissional significa assegurar que cada ação no terreno é fundamentada, consistente e orientada para resultados concretos. Esta abordagem fortalece o impacto da solidariedade humana, permitindo que os profissionais atuem com segurança, rigor e empatia, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e resiliente.
Especialização Avançada em Intervenção do Serviço Social em Diversos Contextos
A Especialização Avançada em Intervenção do Serviço Social em Diversos Contextos tem como objetivo capacitar os formandos para atuar de forma crítica e eficaz em múltiplos contextos do serviço social.
Os participantes adquirem competências teóricas e práticas, exploram estratégias de intervenção em áreas como saúde, educação, ação social, apoio a crianças, jovens e idosos, e desenvolvem ferramentas essenciais para uma prática ética, interdisciplinar e centrada nas necessidades das pessoas e comunidades.
Especialização Avançada em Psicologia Comunitária e Empoderamento Social
A Especialização Avançada em Psicologia Comunitária e Empoderamento Social prepara os formandos para atuar como especialistas em intervenção comunitária, promovendo mudanças sociais concretas. O curso desenvolve competências teórico-práticas para identificar e mitigar processos de exclusão, empoderar indivíduos e famílias, intervir junto de grupos vulneráveis e aplicar estratégias de redução de riscos.
Os participantes exploram ainda modelos de integração social, reinserção, promoção de saúde mental e envelhecimento ativo, consolidando ferramentas para uma intervenção comunitária ética, eficaz e transformadora.